SINOPSE DO TEMA
Tema Enredo: “ Confete e serpentina... num SALÃO de
emoções “
Carnavalesco: Paulo
Pontes ( Paulão do Boléia )
Bloco Carnavalesco
Charanga do Boléia – Canela / RS
O Enredo do B. C.
Charanga do Boléia é, antes de tudo; uma divagação nostálgica, um reviver
saudoso, um sonhar romântico, enfim; uma maneira lúdica, despretensiosa e
alegre de narrar num forma teatral uma página de nossas histórias carnavalescas
através de uma avenida, ou melhor; de um belo palco iluminado. As lembranças em
sintonia com a folia, traça os exemplos: As Sociedades e Blocos Carnavalescos
no começo do século XX , surgiram como novas expressões das Festas
Carnavalescas, sendo assim; a primitiva farinha de tapioca e o limão de cheiro,
foram de forma substituídos pelo confete, serpentina, limão de cera, sangue de
diabo, lança-perfume de origem francesa, além da introdução do uso das não
menos famosas máscaras de Carnaval.
Nos SALÕES das
Sociedades, realizavam-se os inesquecíveis BAILES de fantasias aprimoradas,
tais quais, como: princesas, palhaços, dominós, bailarinas, pierrôs, diabos,
fidalgos, odaliscas, melindrosas, marinheiros, piratas, colombinas, arlequins e
heróis culturais da época.
Com a chegada dos
automóveis conversíveis, o Carnaval ganhou com a alegria do CORSO, isto é;
moças e rapazes fantasiados de Colombinas, Arlequins e Pierrôs, desfilavam
nesse novo meio de transporte, lançando chuvas de confetes e serpentinas,
enquanto lança-perfumes inebriavam o ambiente carnavalesco.
Durante os dias de
Carnaval, famílias inteiras e grupos de amigos, brincavam, pulavam com as mais
variadas fantasias, ao som de marchas ou sambas carnavalescos, sendo que; no
avançar da noite, assistiam nos Salões ou na rua os desfiles dos Blocos
Carnavalescos, também chamados de Blocos de Sujo. Eram organizações mais
fechadas e formadas nas Comunidades, por vezes só homens, por outras, só
mulheres, embora houvesse Blocos mistos, isto é; de ambos os gêneros.
Antes das Escolas de
Samba tingirem o asfalto de cores, melodias, harmonias, ritmos e bailados
sincronizados, muita coisa aconteceu na preparação da Festa “ MAIOR “. As
grandes Sociedades precursoras da folia, surgiram na metade do século passado e
se mantiveram por quase cem anos famosas pelas disputas carnavalescas nos
desfiles, chamados pomposamente de préstitos. No ambiente mais popular, os
desfiles eram feitos nos subúrbios pelos Cordões e Blocos Carnavalescos, sem
que isso diminuísse a animação dos participantes.
Mas; o Carnaval das
grandes Sociedades não ficava apenas nos desfiles, já que os Bailes em seus
SALÕES, mantinham acesa a rivalidade, procurando cada uma delas organizar o
melhor da cidade, sendo que; obrigatórios também, as batalhas de confete e
serpentinas, o uso de máscara pelos foliões e os primeiros concursos de
fantasias.
O termo “ Cordão “,
designava genericamente grupos de carnavalescos, que reuniam tanto habitantes
de bairros elegantes, como populares da periferia, sendo que eram descritos
como grupos de mascarados fantasiados de “velhos”, “morte”... fantasias muito
populares na época, além de palhaços, índios, reis, diabos, etc.
Os Blocos
Carnavalescos surgiam na reunião de vizinhos, parentes, conhecidos de um mesmo
bairro, rua ou trabalho para brincarem no Carnaval. Tinham o caráter improvisado,
sem coreografia ou enredo definido, medida porém que só veio à ser adotada em
fase posterior, no início do século passado e início deste, quando os Blocos
chegaram à se organizar e promover ensaios antes do Carnaval.
Ao longo dos anos,
os festejos de Carnaval foram sofrendo modificações em sua expressão, fato esse
que acabou por descaracterizar o Carnaval de algumas décadas atrás. As gerações
passadas com certeza, devem se lembrar dos Bailes de SALÃO, cheios de foliões
animados, vestidos de fantasias coloridas, mascarados e mascaradas que levavam
a alegria para o meio do SALÃO... ah... belo tempos, as pessoas se organizavam
antecipadamente para os Bailes ou Desfiles de Rua, fazendo reuniões para
providenciar fantasias, garantir a mesa no Clube, reservar convites e...
comprar pacotes de confete e serpentinas. É claro que no transcorrer e no atual
contexto político-sócio-econômico, em alguma medida interfere em nossos hábitos
e tradições, sendo que; vem inserido o progresso que desnorteia o romantismo, a
magia, o encantamento, enfim; o lúdico! O Carnaval se apresenta sob um novo
formato, produto e resultado da modernidade. A festa popular de SALÃO, acabou
influenciada e se adequando à cultura vigente, desde às músicas
carnavalescas... até o comportamento dos foliões nos CLUBES e nas RUAS.
Onde anda VOCÊ meu “
folião “ desgarrado e sonhador?
As grandes
Sociedades, Cordões, Blocos Carnavalescos e Bailes e Concursos de Fantasias
desapareceram... ou estão à desaparecer pelo século XX e início do século XXI.
Ah... que
saudades... belos tempos, enfim; o Império virou República, a luz de gás foi
trocada pela luz elétrica, as charretes pelos automóveis... o Carnaval se
instalou e se acomodou em Sambódromos.
Afinal; dentre estes
rostos mascarados, enigmáticos... quem é VOCÊ nesta fantasia “profana”, mas;
não me responda agora... pare simplesmente o PROGRESSO da FOLIA, pois nós dois
sabemos que é fundamental saber que só aos sonhadores e apaixonados é permitido
brindar a vida através dos sonhos, da magia e do AMOR à Cultura.
E nós somos esse
Bloco do povo, das Ruas, dos Salões, do sorriso alegre e coletivo, afinal; quem
somos nós transvestidos de tudo neste universo irreal de tantas reminiscências
nostálgicas.
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